quarta-feira, 18 de agosto de 2010

EM ENTREVISTA A REVISTA TIMEOUT EM 18 AGOSTO DE 2010








Verão sem pêlos ou os “heteros” sob influência gay


Se um homem aparece na praia com o corpo todo depilado, isso é… Portugal 2010. Bruno Horta já sabia que a depilação se democratizou entre os homens, só não sabia bem porquê. Mas foi saber.

Basta andar na praia por estes dias. Homem sim, homem sim, há sempre um toque de depilação. Homens heterossexuais, bem entendido. Arrancar, rapar, aparar ou eliminar definitivamente os pêlos corporais, sobretudo no Verão, tornou-se tão comum como usar chinelos ou óculos de sol. Quem não o faz passa por animal raro.

E, no entanto, até há muito pouco tempo a preocupação com os pêlos corporais pertencia sobretudo aos homens gay (tanto que no fim dos anos 60 apareceu a subcultura gay “bear”, que cultiva os pêlos no corpo e a masculinidade exuberante como reacção a uma estética gay efeminada nos modos e nos hábitos, incluindo os hábitos depilatórios). A sociologia já se dedica ao assunto. Fala-se em “masculinidade hipersuave”.

Por que andam os “heteros” sob influência gay? Uma esteticista, responsável pela clínica lisboeta 4 Men Clinic, diz que pelas suas contas “90% dos clientes são homens e, desses, 75% são heterossexuais”. Helena Venceslau trabalha nesta área há seis anos e notou “um claro aumento do número de clientes nos últimos três anos”. Provavelmente “por influência da imagem dos jogadores de futebol e por exigência das mulheres: elas hoje procuram homens que saibam cuidar-se.”

Quanto às partes do corpo em que os homens menos gostam de ter pêlos, são, de acordo com Helena Venceslau, o peito, as costas, os ombros, o abdómen, o rabo e os genitais – por esta ordem.

“Os homens depilam-se para se sentirem mais limpos e atraentes do ponto de vista sexual, para melhorarem o próprio acto sexual, para ganharem uma sensação de juventude e revelarem mais os músculos”, escrevia há três anos o psicólogo social Donald R. McCreary, da Universidade de York, no Canadá, num artigo na revista científica American Journal of Men's Health. O mesmo especialista confirmava a ideia comum: “Aquilo que até hoje tinha sido um domínio exclusivo das mulheres e dos homens desportistas ou homossexuais está hoje disseminado por todos os homens.”

Numa recente colectânea de ensaios académicos sobre o corpo, The Body Reader (2010), publicada nos EUA pela New York University Press, vai-se mais longe na abordagem. Mathew Immergut, 38 anos, professor de sociologia na Purchase College, da State University de Nova Iorque, defende nesse livro que os homens heterossexuais tiram os pêlos porque acreditam inconscientemente que desse modo estão a exercer controlo sobre um meio ambiente cada vez mais desregulado. “O corpo tornou-se o sítio onde ainda se pode ter algum domínio, é a arena onde, perante alterações climáticas, aquecimento global, lixo nuclear, extinção de espécies ou falta de água potável, sentimos que temos algum poder”, resume à Time Out o sociólogo americano.

Título do texto de Immergutt: “Manscaping: The Tangle of Nature, Culture, and Male Body Hair”. “Claramente influenciado pela escola de pensamento do Construtivismo Social”, diz. Immergutt reconhece que “se se perguntar a um homem que costuma tirar os pêlos do corpo se acha que dessa forma está a controlar a natureza, ele vai obviamente responder que não, que só o faz para se sentir bem”. O lado inconsciente do acto é um ponto fundamental. “Os pêlos corporais tornaram-se um elemento do corpo que representa hoje a ausência de controlo e a desordem. A prática de muitos homens heterossexuais de eliminação dos pêlos corporais, aquilo a que chamo masculinidade hipersuave, esconde o desejo de controlar a natureza, embora isso não aconteça de forma consciente.”

Um exemplo dado no artigo é o actor Burt Reynolds, que nos anos 70 aparecia seminu em revistas, com pêlos por todo o corpo e um farto bigode. “Nessa época, nos EUA, os pêlos eram um marcador da masculinidade ideal. Burt Reynolds era considerado um ícone. Trinta anos depois, essa imagem é completamente recusada. Brad Pitt nunca apareceria assim numa revista”, conclui o sociólogo.

terça-feira, 17 de Agosto de 2010

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

NA TVI


NO PROGRAMA VOCE NA TV DA TVI EM 02 DE AGOSTO 2010.
E DEIXO AQUI ALGUNS MOMENTOS


























Veja o vídeo na íntegra em:


Isto é o resultado de um trabalho sério e dedicado a todos os meus clientes e amigos.
Agradeço a tu que esta sempre ao meu lado!
Beijos com carinho, Helena